Imagens e saberes dos povos das águas: olhares e narrativas sobre o mar, os rios e os mangues na Reserva Extrativista Acaú-Goiana

O presente projeto visa a coleta de imagens e narrativas com o intuito de resgatar os modos de vida da população comunidades tradicionais da pesca na Reserva Extrativista (Resex) Acaú-Goiana. O acervo registrado tem o intuito de propiciar a educação de jovens, crianças e outros públicos com foco na valorização pelo respeito e preservação desses modos de vida e suas formas de resistência no território. A metodologia envolverá o acompanhamento, observação e registro audiovisual dos conhecimentos tradicionais relacionados ao bioma, vegetação, aos estilos de vida e à interação com o território. O objetivo é criar materiais informativos e educativos para promover a preservação ambiental, com foco especial nos modos de vida tradicionais, seus impactos na alimentação, renda e sustento das comunidades locais. Ademais, planeja-se realizar exposições fotográficas em escolas, espaços comunitários, na sede da Associação das Marisqueiras de Acaú (AMA) e na própria Universidade Federal da Paraíba para incentivar o esforço sustentável na preservação e cuidado do meio ambiente, com foco especial no valor da água como elemento fundamental para a sustentação da vida. A proposta justifica-se na medida em que a pesca artesanal consiste, além de fonte de subsistência, em um importante elemento formador de identidade cultural coletiva para os povos tradicionais ribeirinhos e caiçaras. Como enfoque do projeto, tem-se o marcado papel das mulheres na produção e manutenção desse modo de vida, além de atuarem no cuidado pelo meio ambiente e pela comunidade em sua totalidade. A articulação no território ocorrerá por meio do contato com as lideranças da comunidade, especialmente com a Associação das Marisqueiras de Acaú (AMA), para que sejam construídas estratégias de cuidado, educação e preservação baseadas nas necessidades expressas pela coletividade, abrangendo as famílias de baixa renda que pertencem a comunidade e povos tradicionais da pesca. Nesse contexto, reconhecer que os estilos de vida podem estar alinhados com a preservação dos biomas, uma alimentação saudável, a solidariedade e o senso de comunidade, bem como práticas de troca justas dentro de uma economia solidária e justiça social, reflete valores essenciais que devem ser difundidos e preservados para as próximas gerações, conforme observados na moral e ética das comunidades tradicionais em seus territórios.