“A apaixonada defesa que Rosemary Soares faz da escola existente – a única que conhecemos, resultante das amplas lutas dos movimentos sociais – é, no fundo, a defesa da idéia de que temos uma base para reformar a escola. Não precisamos de projetos mirabolantes dedicados a fundar uma escola toda nova, como se a que existe fosse pura inutilidade e não pudesse ser transformada. Mas é evidente que não basta simplesmente querer outra escola, como se ela estivesse ao alcance da mão, independentemente de condições concretas e projetos bem-fundamentados. A reforma da escola não é algo simples, passível de ser equacionado tecnocraticamente, à base de ajustes orçamentários, reformulações técnicas ou mudanças administrativas, como se a intervenção num terreno tão vital e tão colado à realidade viva das massas pudesse ser experimentada sem política ou com uma política distante da democracia.” (Marco Aurélio Nogueira )